Lideranças do Norte e Nordeste debatem acesso e equidade em fórum promovido pela ABHH em Belém/PA
Representantes da oncohematologia estiveram reunidos no encontro
Em mais uma agenda regional, o Programa Equidade da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) promoveu no sábado (23) o Fórum de Acesso e Equidade em Belém/PA. Na programação, uma lista de debates sobre o tema, com a participação de importantes representantes da oncohematologia como o membro do Comitê de Equidade da ABHH, o hematologista Thiago Xavier, que representou a Região Norte do País, liderou a organização do evento e celebrou o sucesso das discussões.
Na abertura, pela manhã, o presidente da ABHH, Angelo Maiolino, relembrou que a jornada de equidade, agora na missão da Associação, começou em 2018 com a criação do Comitê de Acesso. A fala foi complementada pelo agora pelo diretor de Defesa Profissional, José Francisco Comenalli Marques, ex-presidente da ABHH.
No primeiro painel do dia, o coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer – Fernando Maia, falou sobre a importância da integração entre especialistas e gestores. Já o coordenador do Comitê de Equidade da ABHH, Renato Cunha, explicou as iniciativas da Associação e lançou uma pesquisa para nortear as ações nos próximos anos.
Construção de propostas práticas – No período da tarde e segundo bloco do encontro, o Fórum abriu espaço para debates focados na construção de propostas práticas. O hematologista Thiago Carneiro, da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e do Hospital Ophir Loyola (HOL), membro do Comitê Equidade ABHH e um dos organizadores do evento, explicou a dinâmica dos debates. “A ideia é que possamos conversar, trazer pontos de vistas, experiências práticas e desafios para elaborar propostas e tentar materializar”, disse.
Sobre o cuidado multidisciplinar ao paciente, participaram da mesa Ivison Carvalho, representando a Secretaria Municipal de Saúde de Belém/PA, a coordenadora de Transplante de Medula Óssea do HOL, Rosana Moreira, e o hematologista James Maciel, também do Comitê Equidade ABHH. Na visão de Ivison, o segredo para integrar todos os profissionais que atuam na jornada do paciente são modelos de comunicação.
“Todos os envolvidos no cuidado devem olhar para o problema, estabelecerem uma meta e conduta, ou seja, olhar para o que o paciente precisa, definir uma linha terapêutica e estabelecer objetivos, de maneira integrada”, contribuiu. “Ter profissionais atualizados, que vão atrás de conhecimento constante, e oferecer treinamentos também são iniciativas que fazem a diferença”, complementou Rosana.
Desafios para tratamento de leucemias – O hematologista e transplantador João Saraiva, filho do ex-presidente da SBHH, João Carlos Pina Saraiva e Diretor do Instituto IHEBE de Belém, também atuou para a realização do evento localmente. Durante sua fala, na sessão sobre desafios para leucemias agudas, leucemia mieloide crônica (LMC) e leucemia linfocítica crônica (LLC), Saraiva falou sobre a importância de se conhecer os muitos “Brasis” existentes, quando se olha para o cenário de acesso em Saúde. “É muito difícil orientar o paciente a continuar seu tratamento em casa, dar alta precoce, se muitas vezes ele não tem água encanada dentro de casa”, lamentou sobre uma realidade crônica que impacta na prática médica. “Ou seja, são uma série de nuances que temos que olhar quando falamos em acesso e equidade”, complementou.
Ao projetar o mapa do Pará, no telão do evento, o hematologista ainda evidenciou que o cuidado hematológico ainda está centrado na capital do Estado, sendo o local mais próximo com esse tipo de atendimento fica a uma hora e meia de Belém. “A partir destes pontos e outras nuances, fica fácil entender as dificuldades em diagnosticar e tratar, por exemplo, leucemia mieloide crônica, uma doença hematológica que exige amplo acompanhamento”, destacou.
Parabéns!